Profissão: Jornalista

Quando você pensa em alguém que trabalha em TV, qual a primeira coisa que vem à sua cabeça? Glamour, fama, roupas bonitas? Eu posso te dizer que isso representa 0,01% de um profissional de televisão, em qualquer área que ele atue. A palavra de ordem é trabalho! E muito trabalho. Deixa eu te contar um pouco da minha rotina...

Eu apresento o Século News, um telejornal nacional diário, na Rede Século 21. Ele vai ao ar às 12h30 – nem 1 minuto antes; nem 1 minuto depois. A pontualidade é regra na TV. Então, preciso ter o dia muito bem organizado para entrar no ar e dar o “boa tarde” no horário exato. Costumo brincar com amigos e familiares que no período da manhã não existo para ninguém. Não adianta ligar, mandar mensagem, e-mail. Minha dedicação é exclusiva ao jornal. E aqui vale uma observação muito importante. Vou contar para vocês sobre a minha rotina, mas o trabalho é feito em equipe. São muitas pessoas envolvidas para que um programa aconteça. Em televisão, ninguém faz nada sozinho.

A maior parte do meu trabalho é em frente ao computador. Checo sites de notícias, assisto vídeos de agências internacionais e escrevo bastante! Quando decidimos quais notícias vão entrar no jornal do dia, é hora de fazer o roteiro. Quase tudo o que um apresentador fala em um telejornal foi escrito previamente. Então, se um dia você ouvir um estudante de Jornalismo dizer que quer trabalhar em TV porque não gosta muito de escrever, avise que ele está no caminho e na profissão errada. A função do jornalista é escrever, é contar histórias, não importa onde ele trabalha.

Roteiro pronto, locuções gravadas (algumas locuções para o jornal são gravadas durante a manhã, como a abertura, por exemplo), hora de ir para a parte gostosa do dia: maquiagem.

Na TV costumamos dizer que a maquiagem é a sala dos milagres. Saímos transformados de lá! Para o jornal, a maquiagem é mais leve, sem muito brilho. E o cabelo precisa ficar mais “certinho”, nada de penteado de festa! Afinal, o que importa é a notícia. O apresentador não pode chamar mais atenção do que a informação.

Todo o figurino que uso no jornal durante a semana é escolhido em uma loja na segunda-feira.

As roupas ficam no camarim para eu vestir até o fim da semana. Depois de pronta, volto para a Redação para ajustar os últimos detalhes do jornal do dia. Quando tudo está finalizado, vou para o camarim novamente para fazer os exercícios vocais. Eles são importantíssimos antes da apresentação. Pronto! Vamos para o estúdio?

Quando entro no estúdio, a equipe técnica já está lá preparando tudo: luz, ajuste de câmeras, arrumando o cenário.

A primeira coisa que faço é colocar microfone e ponto eletrônico (é por meio dele que a diretora se comunica comigo e passa orientações durante o programa) para o operador de áudio poder checar se está ok!

Tudo certo? Todos em seus lugares? Frio na barriga... oi? Como assim, frio na barriga? Sim, eu tenho! Apresento o jornal há 7 anos, mas aquela ansiedade no 3, 2, 1 antes de entrar ao vivo ainda existe. Ainda bem! É ela que me mantém concentrada, com foco e que me faz querer estar ali diariamente.

Quando se está ao vivo é preciso estar 100% concentrado. É claro que já errei, já troquei palavras, já passei por problemas técnicos. É a concentração, a experiência e a equipe que ajudam a seguir a vida e seguir com o programa no ar.

13 horas dou o “boa tarde e até amanhã”. Ufa! Missão cumprida... pelo menos parte dela, porque a tarde tem mais. Depois de almoçar, voltamos para preparar o Boletim da tarde. É uma entrada ao vivo de cerca de 5 minutos com mais notícias. Também é neste período que produzimos alguns quadros fixos que temos no jornal, como carreira, economia e cultura. Ajudo em outras atividades, de outros programas jornalísticos que temos na TV. E ainda gravo o Entenda a Noticia, um programa semanal que é veiculado na internet, no site da TV sobre algum tema relevante que aconteceu naquela semana.

Fim de expediente. Vamos descansar que no dia seguinte começa tudo de novo!

Por Renata Moretto