Pós-parto: o que ninguém te conta. Minha experiência e algumas dicas de moda
- Mulheres 30 Demais
- 18 de mai. de 2018
- 8 min de leitura

Meu post de hoje é uma troca de experiências com você que é mãe, passa ou passou pelas mesmas experiências, ou para aquelas que querem se antecipar quanto ao assunto pós-parto.
Confesso que, quando grávida, li sobre o assunto, mas não o suficiente para me sentir segura no dia a dia. Quando estamos grávidas, damos muita atenção ao processo todo que envolve a chegada do bebê (parto, roupas, quarto, nome, celebrações etc.), mas pouco nos informamos sobre a vida após a chegada dele.
Desse mundo doido do puerpério (que é o período pós-parto que vai desde o nascimento do bebê até a volta da menstruação da mulher) e dos meses seguintes como nova família, é que eu quero dividir um pouquinho com vocês. Além, de claro, muito humor e diquinhas de moda (porque eu não resisto 😊).
1- Agora tenho um bebê: um misto de alegria e desespero
A chegada da nossa filha foi uma alegria imensa! Quem me conhece sabe da nossa história de perda antes dela e da nossa felicidade ao tê-la nos braços. Ela nasceu quando eu tinha 38 anos e tentávamos ter filhos desde os meus 35. Foi uma fase difícil, de alguns tratamentos, perdas e esperanças. A maturidade da idade me fez ver esse período com outros olhos e expectativas, afinal eu não era mais uma menina de 20 anos.
Mas nem tudo vem redondo, conhecido e já calculado. Aliás, redondos mesmo eram meus peitos e minha barriga pós-parto, o resto era um completo desconhecido. 😊
A minha filha nasceu de parto cesárea. Eu, consciente até o último momento de que era isso mesmo que eu queria, me sentia assim extremamente empoderada (apesar de não gostar muito dessa palavra, eu a uso porque quero dizer que sim, eu tive o PODER de escolher o que eu queria). Tudo certo no quarto, final de anestesia, cicatrização da cirurgia, primeiras mamadas (um sonho realizado) e a volta pra casa.
Tudo é lindo até que sua mãe resolve dizer que já tem que voltar pra casa dela e seu marido volta a trabalhar! Que pesadelo! Pensava eu: ‘como vou ficar aqui com um recém-nascido e a casa toda pra tomar conta?’. Quem olha de fora pensa que é muito fácil, tudo simples, que é só colocar o bebê do seu lado na cozinha enquanto você prepara o jantar ou limpa sua casa em segundos. Meu amor, ninguém te conta que você só dorme de 2 em 2 horas e olhe lá, que você não pode comer qualquer coisa porque senão seu bebê terá cólica, que você não consegue tirar o pijama até a noite e que pentear o cabelo é coisa de mãe sem filhos (quem dirá uma roupa e make decentes).
É claro que as coisas melhoram e não ficam sempre assim, maaaassss... vai um bom tempo pra você entender e assimilar sua nova rotina.
Um sentimento muito doido nesse período, principalmente para as mamães de primeira viagem, é a solidão e com ela os pensamentos depressivos. A mudança hormonal na vida da mulher no puerpério é imensa: a cabeça muda totalmente, o foco é outro.
Por mais que seja delicioso estar com seu filho, acompanhar seu desenvolvimento e cada conquista, o bebê não interage como um adulto, não conversa com você sobre os seus problemas e medos. Então, ficar em casa por 3, ou mais, longos meses é de pirar qualquer mente sã. E comigo não foi diferente! Foram muitos dias longos, muitos choros não ouvidos, muitas orações entregues.
Quando comecei a perceber que estava começando a ficar deprimida, marcava saída com amigas, com ou sem a bebê, tomava ar fresco, fazia programas que me agradavam mesmo que isso significasse um enorme esforço de sair de casa com um bebê recém-nascido. Eu realmente me esforçava!
Sem contar que aqui onde moro o inverno é extremamente pesado e longo, a partir do outono já começam os dias chuvosos e cinzas, isto é, praticamente 8 a 9 meses do ano sem sol e calor. Isso é pra surtar qualquer mulher! Mas o assunto é longo e com muitas experiências que rendem um post só pra isso. 😊
Enfim, das alegrias de se ter um bebê todas as mães te contam: dos primeiros sorrisos, das mãos à boca, das infinitas dormidas no seu colo, do choro que se acalma quando você o abraça, do seu cheiro único que eles querem, das primeiras comidinhas e suas lambanças.
Ah... tudo isso me fez esquecer toda a solidão, a dificuldade, as noites em claro e da casa bagunçada. Não me arrependo de ter passado todos os momentos difíceis só pra ter a alegria da presença e dos sorrisos que só a gente vai reconhecer.
Uma dica pra você que está nessa fase mais turbulenta é: peça ajuda. Fale com as pessoas da sua necessidade, converse com sua mãe ou suas amigas que já passaram pela mesma situação e compartilhe sua dificuldade. Não guarde tudo só pra você! Você descobrirá que cada pessoa reage de uma forma diferente, mas muitas passaram ou passam pelos mesmos momentos que você. Você verá como é gostoso dividir experiências e ganhar novas amigas.
2- Cadê minha amiga autoestima?
Amiga, seu corpo voltou ao normal depois de 15 dias como os das atrizes por aí? O meu não. Gente, demoroooouuu... e depois de 2 anos (esquece essa conta) ainda estamos na luta! Emagrece, engorda, emagrece, engorda... mas no início é difícil mesmo! Muito difícil aliás! Lembro-me de quando saí da maternidade com uma barriga maior do que entrei e um bebê no colo. As pessoas me olhavam e pensavam: “Oi? Ainda tem mais um pra sair?” ☹
Sim, demorei semanas pra desinchar completamente e meses pra usar minhas calças de antes. Como comentei no post anterior sobre Moda na Maternidade, a calça de gestante (aquela que tem uma faixa na cintura) ajuda demais no pós-parto. Outra dica importante é usar a cinta pós-parto! Isso é crucial se você quiser que a sua barriga e cintura voltem ao normal o mais rápido possível.
E não é apenas por não usar as roupas não! Quem dera se fosse só isso! Os nossos hormônios estão a mil por hora, estão se normalizando, entendendo que o seu corpo é outro, sem bebê, e que ao mesmo tempo deve produzir leite para ele. É normal você se olhar e não gostar mais de você, porque, afinal, você não tem mais tempo pra você, você vive pra outro serzinho lindo que depende totalmente de você. Então, é bem difícil mesmo conciliar o nosso bem-estar e o da criança.
Naquele momento em que você pensa: “o bebê dormiu! Eu tomo banho ou durmo também?” É óbvio que muuuuitas vezes eu dormi. Não me julguem! Aliás, essa é uma das leis magnas da vida: nunca julgue outra mãe! A vida dá muitas voltas! Hehe...
Além de dormir, eu também troquei várias coisas por comer! Sim, comer faz parte da vida de mãe! Enfim, quero dizer que muitas coisas mudaram na minha vida após a chegada da minha filha: ainda continuo vaidosa, gosto de me arrumar, gosto de makes diferentes e uma pitada de moda. Mas nada é ou será como antes.
Após o período crítico da adaptação, a nossa autoestima começa a voltar a subir e começamos a nos sentir melhor. Nossa relação com o marido melhora, o espelho volta a ser nosso amigo e começamos a nos ver novamente como mulher ativa, preparada, consciente de nós.
Você se reencontra: uma nova mulher, um novo olhar, um novo corpo, mas o mesmo coração de menina que agora é mãe.
3- Amamentação: sonho e realidade
Não vou escrever aqui sobre os benefícios da amamentação porque este não é o objetivo do post. Mas dividir minha história com vocês e dar umas dicas de roupas específicas para este período.
Bom, minha filha nunca foi muito fã de leite (até hoje não curte leite e derivados), fato comprovado depois da introdução alimentar. Nesta época, ela comia super bem e aos poucos foi substituindo as mamadas noturnas e as dos intervalos entre as refeições. O fato é que ela mamou até os 15 meses e decidiu por si mesma me trocar por um prato de cereais pela manhã. ☹
Para mim, amamentar era uma experiência única e maravilhosa (exceto nos períodos em que ela me mordia. Que raiva!). Mas à medida que o tempo ia passando e eu percebia que ela mamava menos, fui ficando mais nostálgica e sentimental. Preparando--me mesmo para o dia que ela não me procuraria mais. Isso é muito louco! Ao mesmo tempo que é uma entrega de tempo, esforço e paciência, a gente não quer que acabe. Foi a minha primeira despedida (ai como eu sou dramática 😉).
Nem tudo nesse processo foram flores. Aliás, muitos espinhos eu colhi! A escolha de amamentar não é fácil e eu tiro o chapéu pra quem não desiste de cara.
Tivemos muitos empecilhos: peito explodindo de leite e em outro dia quase vazio (como eu comentei, ela não era muito fã, ela não tinha uma constância pra mamar, isso deixava meu corpo doido porque ele não entendia a variação de demanda); peito empedrado, visitas de amigas enfermeiras em casa, visitas à maternidade; mudança de país; adaptação ao novo ambiente e cultura... não meninas, não foi fácil! Perdi a conta de quantas noites eu passei tirando o leite e deixando na geladeira e jogando fora no dia seguinte porque a minha filha não pegava mamadeira.
Enfim, todo esse processo me fez pensar e repensar em vários métodos e estratégias de fazê-la beber o meu leite. Era muita preocupação pra pensar em outra coisa que não fosse isso. Pensar no que vestir então, sem chance.
Foram nesses momentos que eu me deparei com algumas marcas e lojas na internet que me ajudaram muito a me sentir confortável no meio do caos. Quero compartilhar com vocês algumas das minhas melhores escolhas de roupas para esse período.
É claro que nossas melhores amigas são as camisas de botão. Abriu, tirou o peito e tá tudo certo. Mas tem horas que você não aguenta mais vestir a mesma coisa. Então foi que eu descobri a Agora sou Mãe. Uma loja online de venda de roupas para mães. Eles têm roupas descoladas e ao mesmo tempo práticas desde a gravidez até o pós-parto.
Além do mais, você não sabe a necessidade disso até ter bebê e ver que fica bem complicado sair de casa e amamentar com aquela blusa ou vestido que você usava antes de não ter filhos.
Então aqui ficam minhas sugestões de blusas e looks.
Camisas e decotes transpassados: são os preferidos das mães, pois ajudam muito na logística da amamentação. Dica: cuidado com os acessórios! Colares compridos e brincos grandes, podem atrapalhar mais do que ajudar, pois o bebê pode querer puxá-los ou se distrair com eles na hora da mamada. 😊

Sobreposições: elas ajudam muito quando a camiseta de baixo é de tecido molinho e você pode baixar o decote ou subir a própria camiseta e não ficar descoberta. Há também as específicas para este período, que são presas na alça do sutiã e soltam na hora de amamentar.

E temos as específicas de amamentação:

Outras lojas que vendem roupas para gestante ou mães em fase de amamentação são:
Você deve conhecer outra loja física ou grandes redes de varejo que também vendem roupas para esse período, porém, quando eu procurei, eu não gostei das modelagens e padronagens. Então preferi investir pouco, mas em roupas com modelagem e cores que me agradavam mais.
5- Uma costureira pra chamar de sua
Uma dica muuuito importante que eu gostaria de dar é: descubra uma boa costureira de ajustes. Essa dica é válida também para o período de gestação, pois elas fazem milagres!
Eu modifiquei muitas roupas, de verdade! Saias e calças que tirei os elásticos/cós e coloquei as malhas para acompanhar o crescimento da barriga, calças que eram flare foram transformadas em retas para usar com sapatos mais baixos e, por fim, a abertura de vestidos para amamentar.
Esse ponto foi muito legal! Eu tinha alguns vestidos que seriam propícios para amamentar SE fossem abertos na frente. O que fizemos? Abrimos, colocamos entretela (aquele paninho branco que se usa pra deixar o tecido durinho e estruturado) e botões que harmonizaram com o tecido do vestido. Eu devo ter modificado uns 3 a 4 vestidos, que é um número razoável e não precisei comprar novos.
Aliás, essa é outra dica que deveria ter um tópico só pra ela: evite gastar com roupas novas. Mesmo que você tenha ganhado alguns números no sutiã, tente fazer composições com camisas, coletes, jaquetas, quimonos e usar blusinhas de alça por baixo. Isso facilita muito. Restaure vestidos e batas, redescubra seu guarda-roupa! Depois dessa fase, aí sim você vai querer ter coisas novas e diferentes, acredite! 😉
por Renata Ávila
“As dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários.” C.S. Lewis
(Imagens: Pinterest)
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